Contos, Cantos e Desencantos

"Para agora! Somos diferentes, muito diferentes! O que anima a minha escrita ?uma vontade col廨ica de p皾 em linhas as ideias mais desconexas que se apresentam ?minha mente; vontade essa apoiada numa capacidade tosca, grosseira, de fazer-me entender. Duvido que estejas com um n?na garganta, enquanto come蓷s a leitura destas fracas linhas. Ent緌 para! Deixa para outra hora. N緌 se aprecia licor de est獽ago vazio, a n緌 ser que se esteja disposto a pagar o pre蔞. Assim como uma solenidade, um casamento, uma festa exige a adequa誽o perfeita de uma mica ou mesmo do sil瘽cio, estes contos (ou cantos) estar緌 no melhor de seu uso, se puderem encontrar tua natureza agitada. Quando a tua garganta se fechar, a boca secar ou a saliva enferrujar; a?tirar嫳 o m嫞imo proveito da eloqu瘽cia caqu彋ica da hiena que aqui escreve. Ao contr嫫io da cultura dita ocidental, na qual o mal deve ser reprimido no esp甏ito, certas tradi踥es orientais acreditam que ?do perfeito equil燢rio entre os opostos na alma que se faz o progresso. Da?o s璥bolo ao final desta carta. Pois bem, duvido que tenhas alimentado teu lado sombrio, tampouco ?minha inten誽o faz?lo, mas do repio que sentir嫳 da excessiva tormenta que se encontra em minha mente, sair?desperto o mais nobre sentimento: a compaix緌. Entender嫳 o que se passa na mente de quem ?t緌 diferente de ti. E a repulsa inicial ceder?lugar ?empatia, por veres que, em muitas situa踥es, tu e os personagens aqui descritos sois assustadoramente parecidos e, usando de condescend瘽cia, alcan蓷r嫳 o bem, que do mal pode emergir.
Mesmo agora, enquanto ainda nos estamos apresentando, fica patente o in獳io de uma confian蓷 e entendimento muos. Afinal, algo de familiar nesta carta encontrou reflexo em algum canto de tua mente, fazendo-te chegar a esse terceiro par墔rafo, em que a maioria de teus irm緌s j?teria parado. E, mesmo que apenas eu fale e tu escutes, n緌 me tomes por mestre. Apenas acredito poder levar-te a ver certas facetas deste mundo por uma 鏕tica diferente. A humanidade inteira est?presa numa caixa de madeira e todos est緌 munidos de ferramentas, tentando romper frestas para ver o que h?do lado de fora. Agora, convido-te a olhar pela fresta que abri.

A altern滱cia de tempo verbal em alguns contos tem a inten誽o de coloc?lo "dentro" de um presente que j?passou ou, ainda, faz?lo participar de algum devaneio. Se eu conseguir..."